quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Belezas

Engraçado como nos esquecemos fácil de algumas coisas. Grandiosas, até. E como algumas
bobas acabam voltando de sopetão. Fica a dúvida de quais coisas que faremos serão
lembradas, e quais serão esquecidas logo. É uma responsabilidade bem grande,e que
estamos sujeitos desde que começamos a nos relacionar, ou seja, desde que é possível
estabelecer um diálogo com outra pessoa (4, 5 anos de idade?). E o que vai ficar pra
cada um? Talvez aquele dia em que você acordou de mau-humor, ou aquele momento em
que você estava inseguro e gaguejando, ou ainda toda a sua sabedoria acumulada dos
muitos livros que passou horas lendo pra justamente encantar alguém numa roda de
conversa, ou quem sabe aquele dia em que estava se sentindo leve e sendo você mesmo,
mas aquele você que você tanto gosta de ser, que é sincero e agradável.
Engraçado é quando alguém é 90% do tempo egoísta, entediante, arrogante e desagradável,
e os outros 10% foram de um teatro muito bem feito (a pessoa é egoísta, lembram?),
uma colocação de voz, postura, espírito e o escambau muitíssimo convincentes e
marcantes a ponto de conseguirem sobressair além dos 90%. E esses 100% contam com
um período amostral longo e intenso, não foram poucas as oportunidades.
Posso dizer que esse é um duro golpe da nossa mente ingênua, e tenho minhas dúvidas
quanto a forçar o contrário. Não por manter esperanças vazias, mas apenas pra
tentarmos ver a beleza que existe em quase tudo. A gente precisa de belezas. E elas
nos bombardeiam todos os dias, das mais diversas maneiras, e produzem na gente
mais beleza ainda. Talvez tirar o amargor das inconstâncias, das dúvidas, da
fragilidade e efemeridade humanas possa ser um caminho para a busca das belezas
livres de manchas de feiúra também humanas.

Um comentário:

  1. As vezes parece que você traduz as batidas do meu coração em palavras... Amo sua existência.

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