quarta-feira, 31 de julho de 2013

Querido panaca

Prefiro a panaquice dos apaixonados à sabedoria e sensatez dos melancólicos
Porque ela nos faz simples, é ingênua e se contenta com pouco
Às vezes nem sabe porque é contente
A sensatez nos puxa com força irremediável ao mundo que é mais gritante aos olhos
Aquele do qual não podemos fugir, apenas esquecer de vez em quando
E ao voltarmos à ele, lembraremos que outros mundos são possíveis
Principalmente o da panaquice

Pensar

Parece que agora dá pra entender porque tanta gente escreve
Pode ser vaidade
Ego ou  só vontade
Mas às vezes é necessidade
Os pensamentos viram fumaça dentro de uma caixa
E pra tirar a fumaça de lá
Só pelo duto da caneta
(Ou nossos braços no teclado, dá no mesmo)
Só usando nossos olhos
E nossa voz
Pra conseguir clarificar um pouquinho
O que esse tal de eu está resmungando

É isso coisa de gente grande?
Não conseguir pensar e precisar entender o que nem sabe?
A criança pensa menos que a gente
Ou só é mais inteligente?

Construção Brechtiana

Há aqueles que passam e levantam construção em nós
Uma sala a ser visitada de vez em quando
Esses já cumpriram seu papel
Mas há aqueles que passam e fazem em nós morada
E estaremos nela e ela em nós sem que possamos escolher
Esses são imprescindíveis